Oportunidades no Setor Elétrico Brasileiro

 

Historicamente, o consumo de eletricidade tem uma correlação positiva com o PIB de um país, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Energética (EPE). Ainda de acordo com a mesma fonte, o consumo de eletricidade no Brasil deverá crescer a uma taxa anual (CAGR) de 3% até 2029, com base não apenas no crescimento do PIB, mas também no fato de o Brasil ainda apresentar uma lacuna significativa no consumo de eletricidade per capita quando comparado a outros países da América Latina, como Chile e Argentina1.

 

Geração e Transmissão de Energia apresentam alta previsibilidade de fluxo de caixa, com baixo risco operacional e de contraparte

 

Geração Transmissão Distribuição
Contraparte Distribuidoras, clientes livres e
comercializadoras de energia
Sistema Elétrico (encargos devidos pelas distribuidoras e geradoras, por meio da TUST) Consumidores finais
Receita Baixa variação, a depender da geração. Definidas em contratos bilaterais (usualmente ajustada por inflação) Fixa
(RAP*ajustada por inflação)
Variável, reguladas pela ANEEL
(contas de luz)
Prazo dos Contratos Até 20 anos 30 anos 30 anos
Riscos Operacionais Médio
(mitigado por contratos de longo prazo)
Baixo Alto
Risco Inadimplência Baixo Baixo Médio
Previsibilidade do Fluxo de
Caixa
Alta Alta Média

Fonte: ANEEL. *Receita Anual Permitida

 

Dentre os segmentos do setor de Energia Elétrica, os de geração e de transmissão apresentam as melhores oportunidades de investimento na visão do Pátria. Como principais destaques desses segmentos, pode-se citar que os mesmos tipicamente: (i) proporcionam contratos de longo prazo corrigidos por inflação, (ii) apresentam bons níveis de previsibilidade de receita, (iii) apresentam baixo risco operacional, e (iv) dispõem de contratos com contrapartes confiáveis, apresentando assim baixo risco de inadimplência. Com relação ao ambiente regulatório, o segmento de geração de energia proporciona contratos tanto no mercado regulado, quanto no mercado livre (combaixo risco de crédito), enquanto no segmento de transmissão os contratos são firmados somente no ambiente regulado – diretamente com o governo federal – apresentando risco de crédito mínimo.

 

Com relação à geração de energia, cujas fontes incluem solares, eólicas, térmicas e hidrelétricas, segundo a EPE, a capacidade instalada do Brasil deverá aumentar em ~62 GW em 10 anos.

 

Na visão do Pátria, é esperado que as fontes renováveis guiem o crescimento da matriz energética brasileira até 2029, em virtude, principalmente, (i) do grande potencial solar e eólico ainda a ser explorado no Brasil, (ii) da queda significativa no custo de implementação de novos parques eólicos e solares, e (iii) da aderência à tendência global de substituição de fontes mais poluentes por fontes ecologicamente mais amigáveis.

 

Uma vez que, tanto no ambiente regulado quanto no mercado livre, o preço de venda de energia é determinado na contratação, reajustado por inflação, investimentos no setor de geração de energia proporcionam, via de regra, fluxos de caixa previsíveis e de longo prazo. Do ponto de vista operacional, adicionalmente à baixa complexidade, também é possível obter-se grande previsibilidade de custo através de contratos de operação e manutenção de longo prazo (tipicamente de 15 anos).

 

Do ponto de vista regulatório, o Brasil dispõe de um sistema regulatório nacional, liderado pela ANEEL, agência independente criada em 1997, com robusto corpo técnico e histórico estabilidade e previsibilidade das decisões.

 

SETOR DE GERAÇÃO DE ENERGIA

 

A Capacidade Instalada do sistema energético brasileiro deve crescer ~62 GW até 2029, sendo grande parte do crescimento derivado de fontes renováveis (eólica, solar, PCHs³, biomassa).

 

FUNDAMENTOS DE INVESTIMENTOS EM PCHs

 

  • Ativos com Tecnologia Provada:
    • Brasil possui mais de 5.0 GW de Capacidade Instalada de Pequenas Centrais Hidrelétricas (“PCHs”)
    • Existem PCHs que operam desde 1910 como a PCH Itatinga, localizada em Bertioga-SP, com 15 MW instalados
  • Contratos de Longo Prazo de Venda de Energia geram Fluxo de Caixa Previsível
    • Preço determinado na contratação, reajustado por inflação tanto para contratos regulados (ACR), quanto no mercado livre (ACL), em que a energia é negociada diretamente com grandes consumidores;
    • Operação simples, automatizada e remota permite que as PCHs sejam operadas com número reduzido de funcionários em campo.
  • Arcabouço Regulatório Sólido
    • Sistema regulatório nacional, liderado pela ANEEL, agência independente criada em 1997, com robusto corpo técnico e histórico de estabilidade e previsibilidade de decisões.
    • PCHs podem fazer parte do Mecanismo de Realocação de Energia (“MRE”), onde compartilham o risco de geração com todo o sistema.
  • Histórico da Matriz Energética Brasileira


1. Plano Decenal de Expansão de Energia 2029, página 70 (Empresa de Pesquisa Energética – EPE);
2. incluí fonte nuclear, térmicas de ciclo aberto, entre outros. 3. Pequenas Centrais Hidrelétricas. Fonte: ANEEL.